IN/FORMAL: Encontros Urbanos para os próximos 100 é o conceito central que representa o Pavilhão do Peru na Exposição Internacional de Arquitetura da Bienal de Veneza e que busca responder ao tema geral Fundamentals. Desenvolvida pelo comissário José Orrego e pelo curador Sharif Kahatt, a exposição é composta por um grande espaço retangular de 250 m² onde foi construído um percurso paralelo entre a modernidade ocidental e a local dos últimos 100 anos, ambas representadas através de linhas do tempo que se conectam por projetos de habitação coletiva apresentados em detalhes. Esses projetos não apenas foram capazes de construir pontes socioculturais no país, mas sua arquitetura representa os momentos-chave que moldaram a urbanidade moderna peruana.
Do Catálogo Oficial da 14ª Mostra Internacional de Arquitetura. O curador nomeado para a representação do Peru é o arquiteto Sharif S. Kahatt, doutor em arquitetura pela Universidade Politécnica da Cataluña, Mestre em Desenho Urbano pela Universidade de Harvard, arquitecto formado pela Universidade Ricardo Palma, e professor associado na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Pontifícia Universidade Católica do Peru.
O curador explica: “Através dos encontros do formal e do informal na cidade, a modernidade peruana tem assentado suas bases para a nova Arquitetura e urbanismo dos próximos 100 anos. Particularmente, na arquitetura da habitação coletiva, esses encontros se expõem nos conflitos sociais, políticos, econômicos, assim como nos ideais da população, integrando-os ao espaço social, ao território e à cultura material.
Essa modernidade híbrida tem acolhido, misturado e negociado com dois movimentos opostos em sua origem, o ocidental e o local, o qual se faz evidente nas múltiplas fissuras, tensões e particularidades presentes em todas as suas expressões culturais. Essa exposição revisa o processo de absorção da modernidade no Peru, na qual dois mundos aparentemente opostos se integraram na arquitetura e na cidade. Igualmente, através dessa avaliação, a exibição procura revalorizar um processo único de modernização que vai de "cima para baixo" e de "baixo para cima" e levanta a pergunta de como a arquitetura vai responder e construir a cidade durante o próximo século".
O conceito curatorial faz uma revisão do processo de absorção da modernidade no Peru, no qual os movimentos culturais se mesclaram para criar um híbrido da modernidade, refletindo na arquitetura habitacional coletiva e da cidade a potência de seu desenvolvimento e a base do crescimento da sociedade nos próximos anos. Deste modo, a exposição pretende expor as ideias mais relevantes desse novo urbanismo, ao mesmo tempo em que revaloriza o processo único de modernização que ocorreu no Peru e vê com otimismo o desenvolvimento da nova arquitetura num futuro próximo.
O arquiteto José Orrego comissário e um dos gestores do projeto nacional para o pavilhão peruano, descreve a exibição: “O pavilhão peruano apresenta um percurso paralelo da modernidade ocidental e local nos últimos 100 anos, ambas representadas através de linhas do tempo que se conectam através do projetos de habitação coletiva apresentados em detalhes. Esses projetos não apenas foram capazes de construir pontes socioculturais no país, mas sua arquitetura representa os momentos-chave que moldaram a urbanidade moderna peruana.
No final do percurso é exibido um vídeo que ilustra essa modernidade híbrida que integrou as culturas do Peru; uma modernidade própria que em sua integração revela de forma física, intelectual e sensorial suas múltiplas fissuras e tensões em todas as suas expressões culturais."
A Exposição Peruana IN/FORMAL: Encontros Urbanos para os próximos 100, produzida por El Comercio e pela Fundación Wiese, é uma primeira reflexão sobre nossa própria realidade, mas sobretudo, é uma grande oportunidade para refletir sobre como devemos desenvolver a modernidade no Peru.